Thursday 19 August 2010

CANTAR POR CANTAR

Cantar de alegria não é so coisa de bêbado. É também de holandeses, povo treinado para não mostrar emoções. Quando sentem algo, cantam.
Existe um bar em Amsterdam onde as pessoas reunem-se para cantar. Ali pela noitinha começam a chegar os primeiros clientes, pedir bebida, e lá pelas tantas um começa a cantar algo; os outros seguem. Não vale sucesso do hit parade, tem que ser canção simples e fácil de seguir.
http://www.youtube.com/watch?v=JH0J6pF4sB4


Uma festa de aniversário holandesa é impensável sem grandes cantorias. Infalivelmente, no mínimo um dos convidados terá preparado em casa alguns evergreens conhecidos, com textos alterados, incluindo detalhes e gostos do aniversariante, impressos e com inúmeras cópias, distribuídas aos convivas, que a certo ponto da festa cantarão alegremente.

Ontem de manhã, 11h30min, em Arnhem (uma cidade do leste dos Países Baixos): vindo a passos ritmados pela rua onde eu passava, um duo peculiar. Dois homens, um vestido de camponês italiano, levando pela coleira outro, usando como capa um cobertor de padrão pele-de-vaca. Ambos cantavam alegremente:
“Lala-lala-lala
A va-ca colo-ri-da
Lala-lala-lala”
(Sem a mínima preocupação em mostrar masculinidade, o que me chocou muito, em chegando a pouco da Itália.)
Despedida de solteiro? Projeto artístico? Tese de Mestrado? Aqui tudo é possível... Não entendí, mas gostei e tive que rir.


Tuesday 17 August 2010

Direito de Protestar

Existem razões para se gostar da Holanda. Uma delas é que todos têm o direito de exigir mudanças - e serem considerados!
Por exemplo: há vários anos que as toaletes masculinas dos teatros amsterdamenses foram invadidas pelas mulheres, em protesto por sempre haver fila para as mulheres (que as usam mais tempo) e nunca para os homens. Até já me acostumei a fazer o xixizinho básico com a mulherada passando...
Voltamos de férias anteontem. Hoje fui nadar na piscina de costume, onde sentí presságios de mudança. Há poucos meses reformaram todas as instalações, e substituíram os armários antigos por novos, que requerem uma moeda de 20 centavos de Euro para funcionar; uma maneira sutil de inflacionar o preço da entrada em 5%. Pois, nessas 3 semanas em que me ausentei, em rebelião os frequentadores começaram a deixar seus pertences espalhados por tudo, até nas próprias cabines em que a gente se troca, recusando-se a pagar pelo uso dos armários. E obviamente nunca nada será roubado.