Monday, 15 February 2010

GAROTA DE SOPOT

Será que alguém comporia para esta figura na foto uma canção começando por “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”? No lo creo...
Pois, para todos os que têm pudor de se mostrar semi-nús, ela é a média do que se encontra nas areias polonesas.
Passei alguns dias de agosto em Sopot, a “Copacabana da Polônia”, descansando em um antigo grande hotel, hoje glamurosa propriedade da rede Sofitel francesa. Descobrí o enorme prédio à beira-mar navegando em GoogleMaps pelos arredores de Gdansk; uma amiga polonesa confirmou que era “o” hotel para se ficar.
Realmente de se tirar o chapéu. Não dava para se queixar de nada, menos ainda dos preços, bem aquém dos europeus. Em especial no spa, com vista da praia filtrada pelos cuidados jardins floridos, podia se passar horas de contemplação.

Outra das vantagens do hotel: a ampla praia particular; uma área cercada sobre a areia, onde os hóspedes entram com o cartão-chave do quarto. Os salva-vidas alcançam quantas toalhas se quer (quer dizer, cobertores de lã levinha – verdade!) e conduzem à área desejada. Enormes guardassóis-tendas brancos sombreiam alguns recantos, enquanto outros são povoados por confortáveis cadeiras cobertas, cuja maior função não é proteger do fraco sol, porém do vento gelado.
Sentado, não se vê nada que interesse, a não ser mar e céu. Menos ainda neste hotel fino, onde quem pode pagar em geral passou da flor da idade e não está na forma ideal. Passeando pela areia fina da praia, para lá e para cá, vejo muito pouca gente dentro d’água. Não é para menos, só molhando a pontinha do dedão já dou um pulo: será uma corrente polar?! Aos poucos noto que poucos corajosos entram no mar, mesmo assim com muito escândalo; ficam poucos minutos e mexem-se muito. Uma ressalva: dois halterofilistas machões, que entram n’água conversando – naturalmente com uma repuxada de barriga na “hora H” – depois abaixam-se dentro d’água e seguem conversando, certamente ignorando os gritos de cada célula do próprio corpo. O pequeno show deles aliás obteve a atenção merecida.

Sopot em sí tem tudo o que se exige no hemisfério norte de uma praia sofisticada: público abastado, prédios cuidados, gastronomia específica, natureza. No entanto, nada de muito espontâneo ou balneário: é quase uma cidade normal, só que à beira-mar. O espírito de férias estivais fica por conta dos programas que se faz e pelo contato com o mar.
Paga-se ingresso para passear no longo pier de madeira que avança mar adentro. Alguns barcos turísticos (cópias de galeões de piratas, para delírio da garotada), aportam e partem com destinos diversos. À noite, sobre o pier, há cinema ao ar livre.

Em uma estrutura modernosa em concreto branco junto ao pier instalou-se um inesperado “mercado do âmbar”, a grande riqueza da região. Junto a ele e ao improvisado parquinho de diversões, em troca de níqueis uma mocinha faz com que seu papagaio tire um papelzinho com a sorte da gente – nostal
gia pura.

Em viagem, por vezes procuro comer pouco e saudavelmente, afinal quem aguenta passar semanas a fio à base de comidas estranhas ou pesadas... Encontro em Sopot a recém-inaugurada filial de uma cadeia de restaurantezinhos vegetarianos, realmente 100% natureba, por quilo, no qual nos alimentamos 2 vezes por dia durante a estadia.

Especial: o brinquedo praiano da temporada. Não me arrisquei...

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